Ao longo dos anos, as atividades realizadas pelo Projeto da Cartilha da Cidade são variadas. Além do material elaborado – Volume 1, o jogo “Agentes Urbanos e a Cidade Participativa” e versão para Educação Infantil de oficinas – o Projeto busca incentivar novas práticas pedagógicas que possam auxiliar no ensino e aprendizagem acerca de temáticas urbanas. Conheça algumas das atividades desenvolvidas!
Atividades para Educação Infantil desenvolvidas por alunos da graduação em Arquitetura e Urbanismo (IAU USP)
Atividades desenvolvidas em disciplina eletiva da graduação do curso de Arquitetura e Urbanismo no IAU USP (2/2024)
Ao longo da disciplina eletiva…..
“Esse fogo faz o quê?”
Tema: Mudanças climáticas
Objetivos: Conscientizar as crianças a respeito das ações do homem na natureza e, dessa maneira, demonstrar a relação de tais ações com as mudanças climáticas, com especial atenção às queimadas.
Materiais necessários: Quebra-cabeça em tamanho grande.
Desenvolvimento: Distribua dois pares do quebra-cabeça para cada criança e peça que elas relacionem as peças. A cada dupla de peças encaixadas, faça uma pequena explicação/conversa sobre a situação representada. Quanto ao quebra-cabeça, este consiste em 20 pares e cada par traz uma ação e consequência a respeito das ações do homem no meio ambiente. Assim, a criança deve buscar a peça de encaixe com base nessa relação de ações positivas e negativas. São 10 pares de situações negativas e 10 pares com a situação oposta positiva.
Finalização: Marque em uma folha de papel o formato da mãozinha da criança com tinta vermelha (como se fosse o desenho de fogo) e peça que ela termine de desenhar considerando seus sentimentos a respeito das queimadas. Em outra folha, marque a mãozinha com a cor azul (como se fosse uma nuvem de chuva) e peça o mesmo considerando os sentimentos a respeito da chuva.
Autor(es): Brenda de Castro França
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“O chão da minha casa”
Tema: Investigações sobre tipos de solo e compreensão sobre fundação
Objetivos: Ensinar as crianças de forma prática e sensorial (tato, visão) quais são os tipos de solo encontrados nas cidades, as diferenças entre eles e como as fundações permitem a fixação das casas no solo.
Materiais necessários: Potes transparentes para recipiente, diferentes tipos de solo, maquete de talude para representar a declividade, caixas de remédio, palitos de churrasco cortados.
Desenvolvimento:
Incentive a interação das crianças com os materiais utilizados, faça com que sintam as texturas e participem do processo de manipulação das amostras.
Num primeiro momento, apresente dois recipientes transparentes contendo dois tipos de solo diferentes, argiloso e arenoso, para as crianças. Em seguida, questione-as: como a água infiltra em cada tipo de solo? Qual a textura dele seco e molhado? O solo fica mais compacto ou “solto” ao ser molhado?
No segundo momento, utilize um suporte inclinado com caixas de remédio pintadas para simular as casas e mostrar a influência do uso de fundação. Adicione palitos de churrasco nas caixas para representar as fundações e sua função na fixação das casas em terrenos inclinados.
Proponha como pesquisa de casa a coleta de amostras de solo perto da casa de cada criança e incentive-as a aplicar os conhecimentos adquiridos na atividade.
Registre a atividade realizada usando fotografias e vídeos que mostrem a interação das crianças com os materiais. Experimente também outras formas de registro, como:
– Peça que façam desenhos para ilustrar o entendimento sobre a atividade,
– Registre fotos das crianças brincando com a terra,
– Elabore uma cartografia com as amostras trazidas por elas e suas ilustrações após a primeira etapa da atividade.
Comunicação da atividade para as crianças:
Etapa 1: Exploradores de texturas
1. Encontre dois recipientes transparentes. Um terá solo argiloso e o outro, solo arenoso.
2. Sinta a textura dos solos com as mãos. Aperte, cheire e observe bem cada um.
3. Desafios de explorador:
– O que acontece se colocarmos água em cada tipo de solo?
– Como é o solo seco e como ele fica quando molhado?
– O solo molhado fica mais compacto ou “solto”?
Etapa 2: Construindo casas seguras
1. Imagine que vamos construir casas nas montanhas! Coloque um suporte inclinado e várias caixas de remédio pintadas para serem as casas.
2. Use palitos de churrasco para criar fundações e fixe-os nas caixas. Será que as casas conseguem ficar firmes no terreno inclinado?
3. Teste as fundações e veja como elas ajudam as casas a se fixarem bem. Pronto para construir?
Etapa 3: Missão de casa: Exploradores de solo!
1. Colete sua amostra: Cada jogador deve coletar uma amostra de solo perto de sua casa. Traga-a para nossa próxima aventura e prepare-se para mostrar aos amigos!
2. Desafio do registro criativo: Vamos registrar nossa exploração de várias formas. Escolha uma ou mais destas:
– Faça um desenho incrível mostrando o que você descobriu sobre o solo;
– Tire uma foto divertida brincando com a terra e mostre seu lado aventureiro;
– Crie um mapa com as amostras de solo, adicionando suas próprias ilustrações e explorando o que cada tipo de solo representa.
Instruções para maquete:
Para construir a maquete, utilize placas de madeira compensada para criar um paralelepípedo cortado na diagonal como base. Coloque uma divisória na face inclinada, separando-a em duas partes preenchíveis, e adicione contenções de acrílico nas extremidades para permitir o armazenamento dos dois tipos de solo usados na dinâmica.
Aplique impermeabilizantes na base de madeira e faça uma pintura lateral que simule a terra para tornar o objeto mais lúdico. Pinte caixinhas de remédio de tamanhos variados para que representem as casas. Corte palitos de churrasco para simular as fundações conforme a profundidade suportada pela parte preenchível de terra da maquete e cole-os nas caixinhas com cola quente.
Possíveis alternativas para a madeira compensada e o acrílico:
Base de Isopor: Se não tiver madeira compensada, use uma placa de isopor espessa (pelo menos 2 cm) para criar a base. Corte o isopor no formato desejado e depois faça um corte na diagonal para criar a inclinação. Aplique uma mistura de cola branca e água para impermeabilizar o isopor e criar uma camada protetora. Ainda há a alternativa de usar papelão grosso de caixas. Para reforço, cole várias camadas de papelão para obter espessura e resistência similares à madeira.Divisória e Contenções de Acrílico: Substitua o acrílico por tiras de plástico transparente cortadas de garrafas PET ou de embalagens rígidas. Cole-as com cola quente ou fita para manter as partes separadas e conter o solo.
Impermeabilizante Caseiro: Aplique a mistura de cola branca e água (proporção 2:1) sobre a base de isopor para evitar a absorção de umidade e fortalecer a estrutura. Envolva o isopor (ou papelão, se preferir) completamente com o filme plástico ou com uma sacola plástica esticada e bem fixada com fita adesiva. Isso cria uma camada resistente à umidade que protegerá o material base do solo e da água.
Finalização: ?
Autor(es): Lívia P. Sakamoto e Thainá Santos
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“Terrenos que bebem água: como o solo se comporta?”
Tema: Permeabilidade dos solos nas enchentes
Objetivos: O objetivo baseia-se na intenção de apresentar as noções acerca da impermeabilização do solo, mostrando de maneira intuitiva as diferentes situações de como a água age nesse meio urbano, ora adequado ora não.
Materiais necessários: Placas de acrílico, clorofórmio para colar caixa de acrílico, espuma, madeira mdf, árvores feitas de fio de cobre e isopor, silicone para vedação, cola, corantes, tintas, pinceis e rolo de pintura e verniz impermeabilizante.
Desenvolvimento:
A partir de duas maquetes complementares, é possível notar os efeitos que cada ambiente produz referente a cada situação de drenagem urbana, abrangendo um caso permeável e outro não.
Sendo assim, com 2 modelos de maquetes, observa-se as questões acerca das enchentes, elaboradas cada uma em uma caixa de acrílico, de modo a permitir a visualização tanto em corte do terreno quanto em vista superior. Nesse sentido, as duas maquetes dispõem de materiais distintos com o intuito de permitir as diferentes ocorrências da água em diferentes tipos de solo, sendo que o solo permeável é composto por espuma para a absorção da água. Além disso, essa situação conta também com presença de casas em blocos de mdf e arborização representativa, de modo a demonstrar a importância da permeabilidade do solo perante a ocorrência das enchentes.
Em contrapartida, o caso impermeável tem como material principal do solo placas de mdf simulando concreto , de modo a mostrar como a água não é absorvida e impacta diretamente na urbanização do local, atingindo as edificações em áreas mais vulneráveis.
Assim, as crianças poderão compreender de forma intuitiva como a composição do ambiente pode impactar de diferentes maneiras em desastres naturais e sociais.
Registros: Solicitar um desenho devolutivo de como as crianças entendem que deveria ser ao redor do rio e de suas casas
Pesquisa de casa: Solicitar um registro local da região onde cada criança reside, com o intuito de reforçar a ideia de que a arborização e vegetação bem distribuídas por toda a cidade auxiliam em medidas de prevenção em relação às enchentes.
Instruções para maquete:
Em um primeiro momento, para a confecção da maquete é necessário montar duas caixas de acrílico para a execução da atividade. Para tal, utilizamos 5 peças de acrílico para cada, de modo a montar uma caixa retangular, coladas com clorofórmio.
Em seguida, recorte e separe todas as peças em mdf que constam no pdf de instrução, montando a estrutura do terreno de cada caixa.
Para que a maquete se torne mais didática, pinte as peças de forma a simular as duas situações, tanto a de concreto (impermeável) quanto a vegetada ( permeável). Além disso, para a manutenção e preservação da maquete, impermeabilize as peças com verniz geral após a pintura.
Em sequência, faça a montagem do terreno dispondo as peças de mdf como consta no pdf de instruções, colando-as com cola instantânea. Após isso, vede as arestas do terreno com silicone acético incolor, de modo a cobrir todas as frestas para evitar que a água penetre na estrutura.
Para a concepção das árvores, descasque um fio de cobre e corte um tamanho aproximado. Enrole-o, torcendo, de modo a formar o tronco da árvore representativa. Em seguida, ainda sem cortar o fio, separe-o em pedaços menores para fazer os galhos da árvore. Com um isopor, esmiúça-o em pedaços pequenos, colando-os com cola quente na estrutura de galhos formados.
Como alternativa, é possível utilizar isopores já em formatos circulares apoiados em uma haste, representando as árvores mais facilmente.
Para realização das edificações, utilize pequenos blocos de madeira regulares. Como alternativa, pode-se ainda utilizar caixas de remédios, pintando-as para uma melhor didática.
Cole as edificações e as árvores de modo a formar um ambiente mais urbanizado e outro mais arborizado.
Finalize a maquete inserindo a espuma no espaço reservado, para que ela absorva a água de maneira eficiente, utilize uma espuma mais macia e leve com menos densidade. Durante a dinâmica coloque a mesma quantidade de água nas duas caixas de modo a demonstrar a maior absorção na caixa que representa o caso permeável.
Alternativa para a realização da atividade:
No caso da difícil obtenção dos materiais listados acima, substitua a dinâmica pela demonstração do comportamento da água em diferentes superfícies. Para tal, utilize uma superfície impermeável, como pisos e semelhantes, e em contrapartida, para o caso permeável, utilize o próprio solo como terra e semelhantes.
Finalização: ?
Autor(es): Clara Parente e Pedro Cerri
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“A composteira”
Tema: Resíduos orgânicos e reciclagem
Objetivos: A proposta consiste em explicar para as crianças o destino e um possível descarte do lixo orgânico.
Materiais necessários: 3 recipientes com tampa, 1 torneira, minhocas, nylon, minhocas, substrato e restos orgânicos.
Desenvolvimento:
Comece desenvolvendo uma compreensão sobre o descarte adequado do lixo orgânico, utilizando camadas de uma composteira como referência.
Convide as crianças a desenharem tipos de lixo orgânico que possam ser descartados. Peça para elas escolherem quais lixos são adequados para a composteira.
Se possível, traga resíduos orgânicos reais, como bananas ou cascas de ovos, para que as crianças possam colocar esses materiais na composteira.
Registro: Solicitar um desenho de alimentos de seu cotidiano que poderiam ser utilizados na composteira.
Pesquisa de casa: Registros fotográficos da separação de tipos de lixo produzidos nas residências das crianças e a sugestão de trazer seus próprios lixos orgânicos como casca de fruta, casca de ovo, etc.
Instruções para maquete:
Para a maquete, corte uma placa de acrílico em:
– Quatro peças de 15×15 cm para as bases das caixas.
– Seis peças de 15×12 cm e seis peças de 14,6×12 cm para as paredes, medida diferente para ajustar o encaixe.
– 25 peças de 1x3cm, usadas para impedir que as caixas se desloquem horizontalmente.
– Em uma das placas da parede das caixas, fazer um furo com o diâmetro da torneira escolhida.
Em duas das quatro placas de 15×15 cm, faça furos para permitir o fluxo de minhocas entre a primeira e segunda camada e a passagem do húmus para a terceira camada, onde será instalada uma torneira para coletar o líquido produzido.
Para montar a estrutura:
Coloque duas placas de 15×12 cm e duas de 14,6×12 cm sobre uma base de 15×15 cm sem furos. Essa será a caixa em que o húmus irá se acumular.
Fixe as placas com fita crepe, formando uma caixa.
Use uma cola específica para o tipo de material escolhido, como no caso cola para acrílico para colar as superfícies.
Depois, repetir o processo de colagem com as outras duas caixas utilizando as bases furadas.
As peças de 1x3cm devem ser coladas nas laterais das caixas, duas em cada quina, de forma que, quando encaixadas, elas não permitam o tombamento do objeto.
A última base 15x15cm sem furos será a tampa da composteira e, portanto, terá a última peça de 1x3cm posicionada e colada no centro, funcionando como um puxador.
Obs.: A escolha do material em acrílico foi feita pensando na visualização das crianças, mas é importante frisar que as minhocas evitam a exposição à luz, porque a luz (tanto artificial, quanto natural) é acompanhada de calor, o que pode ser prejudicial porque elas precisam manter o corpo úmido para respirar. O ideal para a composteira são materiais opacos, mas, caso seja feito o uso de material translúcido, é importante manter a composteira coberta ou em locais escuros.
Finalização: ?
Autor(es): Gabriela Romanini, Ingrid Brambilla e Joana Ramos
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“Como tornar a cidade mais acessível?”
Tema: Acessibilidade
Objetivos: Apresentar elementos de acessibilidade e inclusão e discutir a importância dentro do espaço urbano.
Materiais necessários: Papel adesivo (para passar as imagens), suporte para o papel adesivo, placas para alfabeto em braille.
Desenvolvimento:
Inicie a atividade com as seguintes perguntas: “O que é um espaço acessível?” “Vocês acham que a escola é um espaço acessível?” e apresente imagens de elementos que remetem à acessibilidade, tais quais placas de banheiro acessíveis, acesso de cadeirantes, preferência (a idosos, gestantes, dentre outros). Após isso, questione se os alunos já tinham se deparado com tais símbolos, tanto no ambiente externo quanto interno à escola. Depois disso, mostre as placas do alfabeto em braille, tentando buscar um senso de identificação dos alunos com aquilo (associando com a primeira letra do nome, por exemplo, caso estejam em fase de alfabetização). Deste modo, faz-se a sugestão de que os alunos fechem os olhos para imaginarem as sensações de deficientes visuais. Após isso, alguns espaços do entorno da criança são visitados, de forma dinâmica, a fim de demonstrar alguns artifícios de acessibilidade na interação urbana real, como pisos táteis e banheiros acessíveis.
Registro: Desenho.
Instruções para maquete: ?? para recorte das peças?
Finalização: ?
Autor(es): Gabriela Correia e João Pedro
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“Corrida dos transportes”
Tema: Mobilidade urbana
Objetivos: O objetivo principal é que as crianças entendam o porque do trânsito, engarrafamento etc, e vejam os problemas que isso traz para cidade.
Materiais necessários: Papel kraft, miniatura de carros, ônibus, bicicletas e pedestres em mdf e cartas de papel.
Desenvolvimento:
Inicialmente, a pista seria posicionada na sala de aula e, logo em seguida, explicaremos como cada meio de transporte funciona, destacando suas vantagens e desvantagens, de maneira que as crianças possam entender.
Depois disso, a sala seria dividida em equipes, e cada uma ficaria responsável por um tipo de transporte. Vale lembrar que cada transporte tem sua cor, e para cada cor existe um baralho específico. As equipes tirariam uma carta, que apresentaria uma situação hipotética, como trânsito parado, e elas deveriam seguir as instruções da carta.
Dependendo do transporte, chegar ao final da pista pode ser mais difícil, reforçando o aprendizado sobre os impactos de cada modo de transporte.
Registro: Fotos.
Pesquisa de casa: Realizar uma atividade de como você vai para escola, e se demora ou se é rápido.
Instruções para maquete: ?? para recorte das peças e tabuleiro?
Finalização: ?
Autor(es): Beatriz Terceiro Barbosa